segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ESTUPIDEZ

O que seria dos sábios se não fossem os estúpidos?

Ah, estupidez! Quem dera eu me livrasse de ti! Por vezes me aparto de tua presença, mas insistentemente, tu voltas a morder meus calcanhares...

Não lembro quem disse: ‘a estupidez é infinitamente mais interessante que a sabedoria, pois a sabedoria possui limites’. É uma frase muito apropriada devido às múltiplas faces da estupidez. Esta possui um sem número de formas e definições.

Quantas vezes somos estúpidos sem saber que estamos sendo? A sabedoria, penso eu, reside em perceber e refrear a estupidez antes que ela se manifeste. Por si só ela não existe, a menos que tome forma em um ato. Isto quer dizer que ela é sempre ativa, visto que os tolos gostam do som da própria voz e os estultos vivem para os admiradores...

A qualidade dos estúpidos é: dizer ou fazer coisas fora de propósito; faltar com o bom senso; ser incapaz de compreender, discernir ou julgar; causar tédio e aborrecimento; ser bruto, estulto, bronco, besta, tolo, asno, imbecil, obtuso, fastidioso, enfadonho, insociável, intratável, grosseiro, indelicado, insensível; ter a inteligência entorpecida; estar paralisado, apoplético, imóvel, hemiplégico, em más condições, estragado, extremamente cansado, deteriorado, sem iniciativa; tornar-se desprezível. Alguma vez você se enquadrou em um destes termos? Pois é... as únicas pessoas que possuem um tênue direito de serem estúpidas estão nas creches ou nos hospícios. Nas creches para que aprendam a manter a estupidez acorrentada; nos hospícios porque a coleira já arrebentou...

E nós, que da creche já passamos e pedimos a Deus que nos livre do hospício? Que, embora na dita idade da razão, agimos como crianças mimadas num sanatório chamado mundo?

Não... não é nenhuma destas doses extremas de estupidez que estou interessado. Quero saber daquela que se apresenta sob disfarce. Estou de olho naquilo, que num dado momento, parece ser uma boa ideia. Que é capaz de se espalhar. Que tem poder para contaminar e produzir o holocausto, a bomba atômica, reality shows, técnicas de aborto, carros velozes, campos de refugiados, tráfico de drogas, axé music, coma alcoólico, implante de silicone, estupros, overdose, Bin Laden, funk, sushimans argentinos, cheque especial, american way, jornalistas tendenciosos, pedofilia, manipulação genética, cartão de crédito, delegado safado, celibato, twiter e tantas outras sociopatias extravagantes e afins...

Quem sabe no próximo ensaio eu prossiga a minha saga quixotesca contra a estupidez. Estarei por aí a observar as histórias, pelo menos até onde minha estupidez permitir...